INTEIRA

O Pandemónio, a habitação dos diabos todos. De todos os sedentos da ampliação do ser. De todos os famintos por conhecer. O lugar onde se libertam as amarras que nos enforcam, O espaço circunscrito à infinidade do querer. O tempo sorvido pela insatisfação incessante. O Pandemónio, a reunião dos inquietos. Dos possuídos pela dúvida e pelo belo. Dos insanos lúcidos e dos esquecidos. O refúgio dos esboços amarfanhados, Onde se podam as raízes do mofo, Dando espaço à fermentação cultural. Que se cantem os dramas! Que se dancem as narrativas! Que se pintem os corpos! Que se esculpam as paisagens! Que se encenem as canções! Que se escrevam os gestos! Que se representem os versos! Seja este o momento dos devaneios, Da exaltação da descoberta insatisfeita, Da partilha do alvoroço dos sentidos. O Pandemónio, o descanso da criação, O depositório vivo, buliçoso, carregado de cor, O repouso dos artistas. Pandemonium, «habitação dos diabos todos» Para cons...