CORPO
De punhos fechados
De olhos cerrados,
Que comece o armistício.
Os músculos rígidos,
A língua mirrada,
A lua semi-cerrada.
Os cabelos emaranhados.
Os pensamentos amarfanhados.
Os sentidos aguçados.
Não há fadiga que se desminta.
Os corpos carregam o peso,
Obeso sobre o esqueleto.
Com tanta fome,
O estômago secou.
De guerra.
De cor vermelha,
Rasgada, arrancada dos ossos.
A humanidade esfarrapada.
Só a fé sobrevive,
Irracional e infundada.
Sob forma de instinto.
Que se dane!
Não se aguenta esta sede.
Que se rompa o armistício.
Queremos guerra,
Queremos cor nesta negrura.
Descerrem os punhos.
Peguem nas armas.
E façam-se homens,
Se têm bravura!
Amassa, Mata, Aniila
Abate-te sobre o outro
Que era o próximo.
Liberta o animal!
Prende o Homem.
Que se dane a palavra.
Paz
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