INTEIRA


Estende-se o azul do céu

Sobre a cidade em repouso.

Quase se adivinham as estrelas,

Quase se avizinha a lua.


Abraça os sorrisos soturnos,

Abarca os abraços longíquos,

Polvilha-os com poeira de esperança,

Adormece-os num colo sagrado.



Todos estes gestos ao som de um canto divino,

Que nos fez acordar desta insónia,

Apática, mecânica, macilenta.

E nos juntou numa dança mais humana.


Voltamos todos a beber do seio familiar,

A viver uns nos outros, os sonhos.

Saciemos esta vontade que foi a apagada,

Dancemos com a saudade,


Encontremo-nos no sossego,

Aprofundemo-nos, sem que nos afundemos

No apetite do conhecimento,

Expectante no fim do fio do pŕoximo suspiro.


Estendamos também um céu,

Sobre o mundo inquieto e estarrecido,

Neste ensejo para redescobrir

A saudade e o desejo de reflorescer.














Pãn, «todo» +dẽmos, «povo» +-ia




Para consultarem mais formas de arte, acedam aos Links)

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